Por Fernando Mantovani
É bem provável que você, em algum momento da sua trajetória profissional, desejou uma valorização financeira e teve dúvidas sobre qual o momento certo para conversar com seu gestor e pedir um aumento. Embora não exista uma fórmula ideal, acertar o timing para abordar o assunto pode fazer toda a diferença no resultado da negociação.
Segundo o Guia Salarial da Robert Half, o aumento salarial é algo que 88% das companhias consideram conceder para seus colaboradores ao longo de 2024. Isso não significa, necessariamente, que a empresa aceitará o seu pedido no momento solicitado. Mas, se o profissional deseja uma valorização, será preciso considerar alguns fatores.
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O ponto de partida, definitivamente, está na autoavaliação. Esse importante passo compreende o entendimento de que o profissional traz resultados positivos para a organização e desempenha um trabalho além das expectativas para o cargo. Seja por meio de uma performance exemplar, pela superação de metas ou pela contribuição significativa para a empresa, é essencial estar preparado para apresentar argumentos convincentes.
O segundo passo envolve a confirmação da autopercepção, pois ter a certeza de que você realmente está “bem na foto” é crucial antes de qualquer pedido. Um momento que pode lhe ajudar são as reuniões de feedbacks ou avalição de performance. Muitas empresas fazem conversas regulares para discutir melhorias do profissional e ouvir suas opiniões.
Os feedbacks podem proporcionar um excelente ambiente de troca entre colaborador e gestor e são boas oportunidades para apresentação de resultados, discussão de metas, objetivos futuros e alinhamento de expectativas.
Depois de olhar para si, é hora de olhar para o ambiente da empresa e analisar se o momento é favorável para aumentos salariais. Isto é, se as metas coletivas estão sendo atingidas, se a empresa está saudável financeiramente, se o mercado está favorável, etc.
Esse contexto é primordial para que o pedido seja bem recebido, evitando épocas mais difíceis, como reestruturações ou ciclos recessivos do mercado.
É evidente que todas as pessoas gostariam de valorizações significativas, porém é preciso ter cuidado para não exagerar na proposta, além de ter conhecimento dos passos necessários para avançar na carreira dentro da empresa. Em geral, as porcentagens variam entre 5% e 20% do salário atual.
Por mais importante que o pedido seja para o profissional, é possível que ele seja negado pela empresa, por diferentes questões. Nossa pesquisa aponta que conhecimento/especialização diferenciados (47%), performance/entregas constantes (44%) e experiência consolidada (43%) podem ser determinantes, mas caso escute um “não” em um primeiro momento, não desanime!
Na devolutiva, fique atento ao que pode ser aprimorado e desenvolvido para que haja sucesso em um próximo pedido. Converse com o seu gestor sobre responsabilidades adicionais e ações que podem ser realizadas.
é fundamental estar atento ao contexto da empresa e à própria performance. Ao escolher uma ocasião oportuna, abordando o assunto com maturidade e assertividade, o colaborador aumenta suas chances de sucesso.
Além disso, é sempre importante avaliar a remuneração de seus colegas de mercado, seus pares dentro da empresa e pessoas com cargos similares para saber se você está obtendo a remuneração adequada às responsabilidades do seu cargo.
Não é uma fórmula, mas pode funcionar ou ser adaptado:
Faça sua autoavaliação
Prepare bons argumentos;
Marque um horário com seu gestor;
Mostre que você se importa com a empresa;
Mostre que o mercado está favorável
Identifique alternativas ou gatilhos que possam fazer você conquistar este aumento salarial.
*Fernando Mantovani é diretor-geral da Robert Half para a América do Sul
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