Um período sem trabalho no currículo é um problema? Não se você souber explicar as razões do “gap”.
Sjoerd Gehring, líder global de recrutamento da Johnson & Johnson, escreveu um artigo sobre isso. Comentou que, hoje em dia, muitos recrutadores entendem que é raro uma pessoa passar a carreira toda em uma ou duas empresas apenas. A recomendação dele para os candidatos a uma vaga de emprego é pensar, com antecedência, em como explicar um período sem trabalho. “Com um pouco de preparo você pode transformar uma situação de entrevista potencialmente complicada em uma aula de marca pessoal”, diz.
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Algumas pessoas acham embaraçoso contar que foram despedidas, mas é improvável que falar sobre isso prejudique o candidato. Ao contrário, pode gerar empatia por parte do entrevistador. Só lembre-se de não falar mal do empregador anterior, foque suas respostas em tudo de positivo que você alcançou enquanto esteve no emprego antigo.
NÃO DIGA: “Essa #!&$! empresa fez isso comigo desde o primeiro dia. Eu provavelmente teria saído do mesmo jeito.”
DIGA: “Infelizmente, a companhia teve que fazer cortes de custos e, nessa reestruturação, eu saí. De qualquer forma, me sinto orgulhoso do que alcancei durante meu tempo lá.”
A chave aqui é focar em como a viagem contribuiu para o seu desenvolvimento pessoal, mais do que falar da diversão que você teve. Se você realizou algum trabalho durante a viagem, seja pago ou voluntário, concentre suas respostas nas habilidades pessoais e profissionais que essa experiência proporcionou.
NÃO DIGA: “Bom, vamos ser sinceros, sair de festa na Tailândia é muito mais divertido do que trabalhar. Tive momentos ótimos.”
DIGA: “Eu passei anos trabalhando em cargos que demandavam muito de mim, como você pode ver no meu currículo, e fui muito bem-sucedido. Mas cheguei a um ponto na minha carreira que eu decidi focar no meu crescimento pessoal. O tempo que passei viajando me ensinou muito sobre como me relacionar com pessoas de diferentes idades e culturas. Agora me sinto pronto para mergulhar novamente na minha carreira, com energia renovada.”
Este talvez seja o ‘gap’ mais fácil de explicar, principalmente se o curso escolhido tem relação com a sua carreira. Mesmo que não tenha, é fácil destacar algo positivo.
NÃO DIGA: “Ainda estou tentando descobrir o que quero da minha vida, por isso preferi voltar a estudar, ao invés de seguir trabalhando.”
DIGA: “Eu queria ampliar minhas opções de carreira, adquirindo novas competências. Agora que atingi esse objetivo, estou procurando usar essas qualificações em benefício de alguma empresa. Esse trabalho é perfeito para mim porque...”
Seja breve. O entrevistador não espera que você entre em detalhes sobre um período de depressão ou uma complexa cirurgia na coluna. Prepare uma explicação direta que você se sinta confortável em compartilhar. Mencione em como se sente orgulhoso por ter superado a situação e volte a conversa para a questão de trabalho e as habilidades que você tem e podem ser úteis para a empresa.
NÃO DIGA: “É, as coisas ficaram muito ruins por um tempo.”
DIGA: “Eu passei por um momento emocional (ou de saúde) difícil por causa de [...] e por isso precisei de um tempo para me concentrar em melhorar e voltar o mais rápido possível ao trabalho. Estou feliz em ter superado esse problema, me sinto uma pessoa mais forte e agora que estou completamente recuperado estou pronto para focar no próximo passo da minha carreira.”
Lembre-se: cuidar de uma pessoa idosa ou doente e criar uma criança são trabalhos difíceis que requerem uma série de habilidades, que agora você tem de sobra. Nenhum entrevistador deveria fazer você se sentir mal por decidir priorizar a família ao invés da carreira. Se você teve tempo de se manter atualizado, mencione isso na entrevista. Encerre a conversa sobre o tema contando ao entrevistador que você está empolgado em se comprometer novamente com a sua carreira.
NÃO DIGA: “Eu era a pessoa da família que vivia mais perto de minha mãe, por isso fui cuidar dela. Eu não consegui conciliar isso com meu trabalho.”
DIGA: “Depois de pensar muito, decidi que minha prioridade naquele momento era cuidar do meu filho (ou mãe doente). De qualquer forma, me mantive atualizada nesse período. Agora estou pronta para focar em minha carreira e quero utilizar no meu próximo trabalho todas as “soft skills” que aprendi.
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