Sucessão familiar: o que fazer e o que evitar para garantir a perenidade da empresa

  1. O que fazer?
  2. O que evitar
Tempo estimado de leitura: 4 minutos

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A sucessão familiar em empresas é um tema que exige planejamento, estrutura e, principalmente, a profissionalização dos envolvidos. A Rede Mater Dei de Saúde, fundada pelo Dr. José Salvador Silva, é um exemplo de como estruturar esse processo de maneira eficaz. Atualmente na terceira geração de familiares trabalhando na instituição, a Rede Mater Dei adota uma abordagem que pode servir de modelo para muitas outras empresas familiares. José Henrique Salvador, CEO do Mater Dei, compartilhou algumas práticas e lições aprendidas ao longo do tempo. Aqui estão alguns pontos sobre o que fazer e o que evitar quando se trata de sucessão familiar.

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O que fazer?

1. Começar Cedo

José Henrique Salvador destaca a importância de iniciar o processo de sucessão o quanto antes. "O primeiro ponto, né? Tem que fazer é começar cedo, não tenho dúvida disso". Planejar com antecedência permite que os membros da família sejam devidamente preparados e que todos os aspectos da transição sejam cuidadosamente considerados.

2. Definir um Modelo Estruturado

É crucial definir um modelo que funcione para a empresa. Cada organização tem suas particularidades, e o que funciona para uma pode não funcionar para outra. O ideal é encontrar um equilíbrio, limitando a quantidade de familiares envolvidos, mas garantindo que aqueles que participem estejam bem preparados. José Henrique explica que a Rede Mater Dei adotou um processo que inclui estágios na empresa, job rotation e experiências profissionais fora da empresa por pelo menos dois anos.

3. Estabelecer Requisitos Rigorosos

Os membros da família que desejam ocupar posições de liderança devem atender a critérios rigorosos. Na Rede Mater Dei, por exemplo, além de experiência prática e liderança comprovada, é necessário realizar formações acadêmicas em instituições de renome. José Henrique conta que fez MBA em Columbia, Nova Iorque, como parte de sua preparação.

4. Limitar o Número de Familiares na Empresa

Para evitar conflitos e garantir a profissionalização, é importante limitar o número de familiares em posições executivas. Na Rede Mater Dei, apenas quatro membros da terceira geração podem ocupar essas posições, e sempre há uma avaliação da necessidade da empresa antes de se criar uma nova vaga.

5. Encontrar um Facilitador Externo

Contratar consultores externos ou profissionais do mercado pode ser uma excelente prática. Eles trazem uma perspectiva externa, ajudam a alinhar o processo de sucessão com as melhores práticas de mercado e garantem que o processo seja justo e transparente.

6. Criar Conselhos Consultivos

Estabelecer conselhos, como o Conselho da Família e o Conselho de Administração, é fundamental para garantir que as decisões sejam tomadas de maneira colegiada e que haja um acompanhamento contínuo do processo de sucessão.

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O que evitar

1. Personalizar o Programa de Sucessão

Personalizar o programa para um único indivíduo pode causar ressentimento e sentimentos de desprezo entre outros membros da família e funcionários. É crucial que o processo seja visto como justo e imparcial. "Personalizar o programa é certamente uma das piores formas de dar visibilidade para a família", diz José Henrique.

2. Discutir Sucessão em Ambientes Informais

Tratar de questões de sucessão durante reuniões informais, como almoços de domingo, pode gerar tensões e mal-entendidos. É essencial que essas discussões ocorram em ambientes estruturados e profissionais, onde todos possam expressar suas opiniões de maneira organizada e respeitosa.

3. Tratar Sucessão como um Evento

A sucessão não é um evento único, mas uma jornada contínua. José Henrique enfatiza que é um processo de longo prazo que deve ser cuidadosamente planejado e executado. "Sucessão familiar não é um evento, é uma jornada, é um processo."

4. Negligenciar a Profissionalização

A falta de profissionalização pode levar ao fracasso da empresa. Todos os membros da família envolvidos devem estar tão bem preparados quanto os melhores profissionais do mercado. Isso inclui não apenas formação acadêmica e experiência prática, mas também a capacidade de liderar e tomar decisões estratégicas.

Conclusão

A sucessão familiar é um desafio significativo para qualquer empresa, mas com planejamento adequado e um processo bem estruturado, é possível garantir a continuidade e o sucesso da organização. A Rede Mater Dei de Saúde é um exemplo de como isso pode ser feito, combinando a tradição familiar com a profissionalização e boas práticas de gestão. Ao seguir as dicas sobre o que fazer e o que evitar, outras empresas familiares podem também garantir que seu legado seja preservado e que continuem a crescer e prosperar por muitas gerações. 

Em resumo, começar cedo, definir um modelo estruturado, estabelecer requisitos rigorosos, limitar o número de familiares na empresa, contratar facilitadores externos e criar conselhos consultivos são práticas essenciais. Evitar personalizar o programa de sucessão, discutir a sucessão em ambientes informais, tratar a sucessão como um evento e negligenciar a profissionalização são erros a serem evitados para assegurar uma transição bem-sucedida. Como José Henrique Salvador ressalta, "o componente da família nesse processo tem uma importância, porque dá uma visão de longo prazo cada vez maior para a companhia".

Mais informações sobre o Robert Half Talks você confere em: Podcast: Robert Half Talks | Robert Half

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