Você sabia que atualmente há cinco gerações trabalhando juntas? Isso faz da sua equipe uma das primeiras — e mais complexas — da história do trabalho.
Cada geração possui seus próprios sistemas de valores e visões sobre a vida e o trabalho. Surge então a questão: é possível adaptar seu estilo de gestão para obter o melhor de todos os cinco grupos?
“Embora a diversidade geracional seja extremamente benéfica para as empresas, ela também traz desafios consideráveis. Você precisará de uma estratégia robusta de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) para apoiar seus esforços de gestão. Quando feita de maneira correta, há mais chances de alcançar o objetivo de construir uma força de trabalho feliz e engajada, onde todas as gerações experimentam satisfação no trabalho e maiores níveis de confiança”, explica Evelin Luise, Diretora de Recursos Humanos da Robert Half.
É possível ter sucesso no gerenciamento das diferenças geracionais no local de trabalho? Nossos especialistas revelam como superar as barreiras e criar um ambiente mais colaborativo.
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Conheça as cinco gerações da força de trabalho atual
Cinco gerações da força de trabalho atual abrangem 83 anos, do mais velho ao mais jovem. O estilo de comunicação, os valores profissionais e o estilo de liderança preferido de cada geração foram moldados pela cultura em que cresceram.
Tradicionalistas (1928 - 1944) - 80+ anos
Os tradicionalistas (também conhecidos como a "geração silenciosa") são a geração mais antiga no local de trabalho hoje. Eles foram criados durante a Segunda Guerra Mundial e costumam ser caracterizados como trabalhadores leais e de longa data. Valorizam recompensas financeiras, são motivados pela perspectiva de ascender na hierarquia e muitas vezes veem o trabalho como um dever.
Baby Boomers (1945 - 1965) - 59 a 79 anos
Os Baby Boomers são assim chamados devido à explosão da taxa de natalidade após a Segunda Guerra Mundial. Eles são tipificados por sua confiança, independência e disposição para exercer autoridade. Estudos mostram que os Baby Boomers valorizam o equilíbrio entre vida pessoal e profissional e preferem trabalhar remotamente em tempo integral.
Geração X (1966 - 1980) - 44 a 58 anos
A Geração X foi a primeira geração criada com pais trabalhando; por isso, são frequentemente considerados autossuficientes e com uma forte ética de trabalho. Apesar de suas excelentes habilidades de comunicação presencial, a Geração X prefere o trabalho remoto em tempo integral. Estudos mostram que a Geração X se beneficia mais das iniciativas de bem-estar no local de trabalho do que qualquer outra geração.
Millennials (1981 - 1996) - 28 a 43 anos
Os Millennials cresceram junto com a tecnologia emergente e são considerados a primeira "geração digital". As prioridades são a principal diferença entre Millennials e a Geração X. Estudos mostram que a Geração X valoriza o avanço na carreira, enquanto os Millennials preferem flexibilidade e autonomia.
Geração Z (1997 - 2010) - 14 a 27 anos
A Geração Z são nativos digitais e nunca conheceram um mundo sem a internet. Como os Millennials, a Geração Z quer usar suas carreiras para promover mudanças no mundo. Como resultado, escolhem empregadores com base no alinhamento de valores, e dois terços preferem trabalhar no escritório, pois isso aumenta sua produtividade e sensação de pertencimento.
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“Embora as diferenças geracionais existam e sejam importantes de reconhecer, é fundamental não cair na armadilha dos estereótipos. Rotular funcionários com base em suas idades ou características geracionais pode levar a mal-entendidos, preconceitos e desmotivação”, afirma Evelin.
“Cada pessoa, independentemente de sua geração, é um indivíduo com suas próprias experiências, valores e aspirações. Portanto, em vez de supor sobre as preferências ou comportamentos com base na idade, os gestores devem se concentrar em conhecer cada colaborador de forma mais profunda e personalizada”, completa.
Uma forma eficaz de fazer isso é por meio de reuniões individuais regulares. Nessas conversas, os líderes podem explorar as motivações, metas de carreira e expectativas dos funcionários, além de entender como cada um gosta de ser gerido e o que precisa para alcançar seu potencial máximo. Revisões trimestrais de desempenho também são uma excelente oportunidade para ajustar estratégias de gestão de acordo com os feedbacks recebidos, criando um ambiente de trabalho mais inclusivo e eficiente.
Evitar estereótipos também significa ser flexível nas abordagens de comunicação e feedback. Por exemplo, enquanto alguns colaboradores podem preferir feedback imediato e direto, outros podem se sentir mais confortáveis com um feedback mais estruturado e cuidadoso. Reconhecer essas diferenças é a chave para promover um ambiente de trabalho colaborativo e respeitoso.
A adoção de modelos de trabalho híbrido tem se mostrado uma das soluções mais eficazes para lidar com as diferentes preferências das gerações no local de trabalho. O trabalho híbrido permite que os funcionários combinem o trabalho remoto com o presencial, oferecendo a flexibilidade que muitos procuram, ao mesmo tempo que preserva a interação pessoal e o senso de pertencimento para aqueles que valorizam um ambiente de escritório.
A Geração Z, por exemplo, tende a preferir o trabalho no escritório, pois se beneficiam da interação social e da orientação direta dos colegas mais experientes. Já gerações como a dos Baby Boomers e a Geração X podem priorizar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, optando por trabalhar remotamente para reduzir o estresse com deslocamento e passar mais tempo com a família. A chave aqui é permitir que cada funcionário escolha o formato que melhor se adequa ao seu estilo de vida, ao mesmo tempo que promove uma cultura organizacional coesa, independentemente de onde o trabalho esteja sendo realizado.
Além disso, um ambiente de trabalho híbrido pode ser vantajoso para a retenção de talentos. Funcionários que se sentem respeitados em suas preferências de trabalho são mais propensos a permanecer na empresa a longo prazo. Implementar essa flexibilidade de forma estruturada, com políticas claras de comunicação e expectativas de desempenho, ajudará a garantir que a produtividade e a colaboração não sejam prejudicadas.
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Uma das maiores riquezas de um ambiente de trabalho multigeracional é a oportunidade de compartilhar conhecimento entre pessoas de diferentes idades e experiências. Cada geração traz uma perspectiva única, e quando essas perspectivas são trocadas e integradas, a empresa se beneficia de soluções inovadoras e criativas.
Os gestores podem incentivar esse compartilhamento de várias maneiras. Programas de mentoria são uma excelente ferramenta para facilitar esse processo. Funcionários mais experientes, como os Baby Boomers e Tradicionalistas, têm décadas de sabedoria e conhecimento técnico para transmitir. Eles podem ajudar a guiar gerações mais jovens em questões de liderança, ética de trabalho e planejamento de carreira. Por outro lado, as gerações mais jovens, como Millennials e a Geração Z, podem oferecer insights valiosos sobre novas tecnologias, inovação digital e práticas de trabalho ágeis.
Outra forma de promover o compartilhamento de conhecimento é através de workshops intergeracionais, onde equipes diversas trabalham juntas em projetos específicos, compartilhando suas ideias e aprendendo umas com as outras. Isso não apenas desenvolve o conhecimento técnico, mas também constrói respeito mútuo entre as diferentes gerações, criando um ambiente de trabalho mais harmonioso e colaborativo.
Em um ambiente de trabalho multigeracional, os valores da empresa desempenham um papel crucial em alinhar diferentes gerações em torno de uma missão comum. Cada geração pode ter prioridades e expectativas distintas, mas todos podem ser unidos por um propósito maior, desde que os valores organizacionais sejam claros, fortes e consistentes.
Gerações mais jovens, como Millennials e Geração Z, frequentemente escolhem trabalhar em empresas que estão alinhadas com seus valores pessoais, especialmente em questões como sustentabilidade, impacto social e diversidade. Para essas gerações, trabalhar para uma empresa que faz a diferença no mundo é uma motivação tão forte quanto um bom salário ou benefícios atraentes. Já gerações como os Baby Boomers e a Geração X podem se sentir mais comprometidas com empresas que oferecem estabilidade e uma visão clara de crescimento e inovação.
Portanto, os gestores devem garantir que os valores da empresa não apenas existam no papel, mas sejam vividos e comunicados diariamente. Iniciativas como ESG (ambiental, social e governança), programas de responsabilidade social e um forte compromisso com a diversidade e inclusão podem ser catalisadores para inspirar todos os funcionários, independentemente de sua idade. Além disso, valores organizacionais fortes podem ajudar a promover um ambiente de trabalho mais coeso, onde cada geração se sente conectada à missão da empresa.
Atividades de team building são fundamentais para quebrar barreiras geracionais e construir um senso de equipe. Quando bem organizadas, essas atividades proporcionam um ambiente descontraído e divertido, onde os funcionários podem se conectar em um nível mais pessoal, promovendo laços que vão além das diferenças de idade ou experiência.
Esses exercícios podem variar desde dinâmicas simples, como sessões de brainstorming colaborativas ou competições amigáveis, até atividades mais estruturadas, como retiros de equipe ou workshops criativos. O objetivo é criar situações em que diferentes gerações possam colaborar e aprender a trabalhar juntas de forma eficaz. Por exemplo, um workshop de solução criativa de problemas pode incentivar as gerações mais jovens a apresentar soluções inovadoras, enquanto os mais experientes podem oferecer uma visão estratégica e prática para implementá-las.
Além disso, o team building também ajuda a melhorar a comunicação interpessoal, tornando as equipes mais resilientes e eficazes. A interação em um ambiente informal permite que os funcionários conheçam melhor os estilos de comunicação uns dos outros, o que facilita o trabalho conjunto no dia a dia. Essas atividades também podem reforçar os valores da empresa e aumentar o senso de pertencimento, criando uma cultura organizacional mais inclusiva e cooperativa.
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