Por Fernando Mantovani
Todo ano que termina inspira uma reação quase automática nas pessoas de olhar para trás e lembrar dos acontecimentos mais marcantes, sejam eles positivos ou negativos. No universo corporativo esse movimento reflexivo vale ouro, pois serve de base para o planejamento de ajustes e de mudanças por parte de empregados e empregadores a fim de melhorias e evolução.
Temas mais relevantes para 2024
- oportunidade de crescimento – no início de 2023, o Índice de Confiança da Robert Half (ICRH) detectou que quase 50% dos trabalhadores pretendiam procurar um novo emprego durante o ano. A remuneração não era a principal razão. A imensa maioria (72%) estava em busca de melhores oportunidades de crescimento. Esse anseio certamente continuará em alta e pode provocar movimentações, já que a economia está reaquecendo e se tornando mais favorável às mudanças;
- modelo de trabalho flexível – apesar do movimento de retorno das empresas ao trabalho presencial, os profissionais ainda sonham com a possibilidade do trabalho híbrido. A falta de flexibilidade é capaz de acarretar pedidos de demissão e mudanças de emprego e de carreira, em nome de se conquistar mais qualidade de vida, saúde mental e bem-estar. As organizações que oferecem essa alternativa são as mais desejadas, admiradas e reconhecidas pelos profissionais;
- diversidade, equidade e inclusão – a cada ano haverá mais pressão e expectativa para que as minorias sociais sejam contratadas, respeitadas e valorizadas dentro das companhias. Prevenir e combater o preconceito contra mulheres, LGBTQIA+, pretos, 50+, pessoas com deficiência, entre outros, é uma missão importante das empresas e impacta fortemente sua reputação junto ao público interno e externo;
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- gestão emocional – Colaboradores felizes são mais produtivos, inovadores e criativos, cooperativos com colegas de equipe, leais à empresa e costumam superar as expectativas e metas estabelecidas. Apostar em iniciativas dedicadas a aprimorar a inteligência emocional dos funcionários é urgente. Os líderes, por sua vez, devem ser exemplos de empatia, sensatez, ética, entre outras qualidades;
- liderança 4.0 – a transformação digital não para e os profissionais que almejam postos de comando precisam estar com as tech skills sempre em dia, mesmo que não sejam da área de TI. Valorizar apenas as soft skills é um erro comum, que pode atrapalhar a conquista de bons resultados e emperrar a ascensão na carreira;
- felicidade - uma pesquisa conduzida pela Robert Half, em parceria com a The School of Life Brasil, revelou que “não se sentir feliz no trabalho” foi o principal motivo para que 44% dos 100 profissionais entrevistados pedissem demissão voluntariamente. O número alerta para a necessidade de se investir em um ambiente de trabalho positivo, leve e saudável;
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- educação continuada – ela é o pulo do gato para lidar com os impactos e as oportunidades advindos da transformação digital. A inteligência artificial e outros avanços tecnológicos exigem que os profissionais estejam constantemente enriquecendo seu arsenal de conhecimento e de experiência. Certas qualidades humanas sempre serão insubstituíveis, mas é preciso cultivá-las;
- movimentos dos trabalhadores – termos como quiet quitting, grumpy staying e lazy girl jobs não são apenas modismos, mas a expressão de uma profunda frustração dos profissionais com a vida corporativa. De acordo com a 23ª edição do ICRH, esses movimentos respondem a problemas como falta de reconhecimento, uma relação pouco saudável com o trabalho e insatisfação com o superior imediato. Cabe aos líderes refletirem sobre essas questões e proporem mudanças.
Desemprego em baixa, controle de gastos fiscais, taxas de juros em queda e economia mais dinâmica são boas notícias de 2023 que tornam 2024 um ano promissor. Porém, não podemos subestimar os inevitáveis imprevistos e dificuldades que fazem parte do jogo. Para se prevenir contra revezes e aproveitar o bom momento, há apenas uma receita: aprimorar-se continuamente e planejar-se para atingir seus objetivos, seja enquanto empregado ou empregador. Feliz ano novo a todos!
*Fernando Mantovani é diretor-geral da Robert Half para a América do Sul