Como lidar com o conflito de gerações no ambiente de trabalho?
- Quais são as gerações que fazem parte do mercado de trabalho atualmente?
- Quais são as causas mais comuns em relação ao conflito de gerações no ambiente de trabalho?
- Quais são os principais desafios da gestão ao lidar com o conflito de gerações no mercado de trabalho?
- Como engajar as novas gerações no mercado de trabalho?
- O que a empresa deve fazer?
- Quais são os pontos positivos de todo esse conflito?
- Como obter o melhor de cada geração no trabalho?
- Afinal, o que seria ser "cringe"?
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Estamos vivendo algo nunca visto na história do mercado de trabalho: várias gerações atuando juntas, dividindo tarefas, responsabilidades e, também, opiniões. Diante dessa realidade, saber lidar e tirar proveito do que vem sendo chamado de conflito de gerações no ambiente de trabalho é uma das tarefas de um bom líder, já que essa nova realidade tende a permanecer daqui para frente devido a diversos fatores, como veremos a seguir.
Nesse cenário de perfis comportamentais tão distintos, é preciso ter muito “jogo de cintura” e empatia para liderar, treinar e desenvolver essas pessoas para que elas possam fazer parte de um mesmo time e, assim, garantir as melhores entregas para a organização.
Quer saber como lidar com o conflito de gerações no ambiente de trabalho? Então confira tudo neste post que separamos para você!
Quais são as gerações que fazem parte do mercado de trabalho atualmente?
Fatores sociais, econômicos e culturais têm feito várias gerações dividirem o mesmo espaço no mercado de trabalho.
Os fatores sociais se referem ao envelhecimento da população brasileira. Em reportagem do jornal O Globo, dados do IBGE revelaram que, entre 2012 e 2016, o grupo de idosos (pessoas com 60 anos ou mais) cresceu 16%.
O acesso à saúde e à qualidade de vida tem favorecido o envelhecimento cada vez mais saudável da população, o que aumenta a longevidade dessas pessoas.
Ativas, elas não querem abrir mão do trabalho. Esse é um fator cultural relativamente novo que vemos instalado nas empresas: os profissionais chegam à idade de se aposentar, mas querem continuar cultivando seus laços sociais, mantendo-se úteis.
Caso não fosse dessa forma, diversos problemas de saúde poderiam se desencadear. O mais comum são distúrbios mentais, como a depressão, por exemplo.
Já a nova geração chega ao mercado de trabalho altamente conectada com as redes sociais e todas as facilidades que a tecnologia proporciona.
Ou seja, são características bem distintas que acabam se unindo em um mesmo espaço: o ambiente de trabalho.
Separamos para você algumas características de cada geração para ajudá-lo a gerenciar melhor os seus colaboradores. Acompanhe a seguir!
Veteranos
A Geração dos Veteranos é formada por pessoas que nasceram entre 1925 e 1944, viveram na época da 2ª Guerra Mundial. Marcados por grandes crises econômicas, são indivíduos de personalidade mais rígida.
Esse perfil se dá por conta das dificuldades que enfrentaram. São profissionais que respeitam fielmente as regras e seus principais valores são moral, família e trabalho.
São atraídos pela estabilidade. Muitos já estão aposentados, mas permanecem no mercado de trabalho e preferem hierarquias rígidas, além de ficarem anos na mesma empresa.
Dificilmente encontram-se pessoas dessa geração que tem passagem por várias empresas em seus anos de trabalho, permanecendo fiéis a uma mesma organização.
Baby Boomers
Devido à explosão demográfica após a Segunda Guerra Mundial, os Baby Boomers ganharam esse nome em referência ao grande crescimento populacional da época.
Nascidas entre 1945 e 1960, essas pessoas passaram por uma transformação cultural em que a disseminação da grande mídia (por meio principalmente da TV) foi um influenciador que alterou o comportamento dos jovens da época.
Marcaram essa geração os ideais de liberdade, o feminismo, os movimentos a favor dos negros e homossexuais.
No território nacional, os festivais de música tiveram grande relevância e eram realizados com o objetivo de enfrentar e resistir à censura do governo civil-militar, implantado para combater o comunismo que ameaçava o Brasil.
São funcionários assíduos e apreciam estabilidade, por isso, passam muitos anos nas empresas e, na maioria das vezes, no mesmo cargo. Isso tem um lado negativo que é o de não progredir na carreira.
Imagine alguém exercendo a mesma função durante 30 anos. É um grande desafio, certamente.
Geração X
Nascidos entre 1961 e 1980, aproximadamente, as pessoas que fazem parte da Geração X foram os primeiros a pensar que “a empresa não é tudo”.
Para eles, as hierarquias são menos rígidas, mas ainda importam. Também apreciam estabilidade e são profissionais comprometidos e consistentes em suas ações.
Estão no auge da carreira, esperam mais reconhecimento profissional e, para isso, não necessariamente têm que estar dentro de um escritório. São ativos, dinâmicos e também pensam em empreender.
O desafio dessas pessoas é lidar com a tecnologia e acompanhar os processos de mudanças constantes, e para isso passam por constantes treinamentos.
Um ponto curioso dessa geração é que eles se sentem bastante pressionados pelas pessoas que os sucedem, a geração Y.
Geração Y
Também chamada de Millennials, fazem parte da Geração Y pessoas nascidas entre 1981 e 2000, aproximadamente. Também tem a características de serem marcadas pela revolução tecnológica.
Enquanto os X tiveram de ser treinados para colocar em prática a tecnologia no seu dia a dia, os Y já entram no mercado de trabalho com essa realidade como parte integrante da vida.
Eles são informais e, por isso, uma hierarquia rígida lhes parece desinteressante. São globalizados e a mentalidade é de que a organização precisa se adaptar ao indivíduo, e não o contrário.
Essa geração é a que realmente desafia muitos gestores. Emocionalmente carentes e instáveis, querem trabalhar por paixão e com aquilo que gostam. Não se prendem a status social e dinheiro é apenas uma forma de poder ser livre, o que diminui seu apego a ele.
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Geração Z
Nascidos a partir de 2001, a geração Z tem conectividade espontânea com o mundo virtual. Nasceram com a tecnologia em alta e não conhecem o mundo sem ela, por isso, fazem uso do recurso não apenas para trabalhar, mas para viver.
Em 2023, completam 22 anos. Muitos desses jovens já estão iniciando sua carreira profissional nas empresas por meio de estágios.
Por cultivarem relações extremamente superficiais, é desafio da gestão da empresa pensar em como as relações de trabalho se darão com a entrada dessa geração no mercado de trabalho.
Geração Alpha
Essa geração ainda não está no mercado de trabalho, mas em pouco tempo ocuparão esse espaço. A razão disso é que essas pessoas são nascidas a partir do ano de 2010.
Ainda que não façam parte da população economicamente ativa, já é possível discernir algumas de suas características. Vale a pena tomar nota porque logo logo precisarão ser enfrentadas.
A geração Alpha tem uma profunda independência em sua personalidade. Isso advém porque o meio tecnológico é muito farto no seu dia a dia. Para ter acesso a uma nova "funcionalidade" do mundo, basta baixar um app ou perguntar ao Google.
Isso traz outro ponto importante de sua personalidade: a curiosidade. Eles não tem receio em perguntar, apertar botões e descobrir como as coisas funcionam.
São muito ágeis e apresentam grande empatia. Em contraposição a essas boas características, é comum que essas crianças apresentem dificuldade de concentração, dada a grande quantidade de informações disponíveis atualmente.
Qual é o papel de cada geração dentro da empresa?
Dentro de uma empresa, diferentes gerações podem desempenhar papéis variados, dependendo das habilidades, experiências e perspectivas individuais de cada pessoa. Embora generalizações não devam ser aplicadas a todos os indivíduos de uma determinada geração, é possível observar algumas tendências comuns em relação aos papéis que cada geração pode assumir. Por exemplo:
- geração veteranos — têm uma vasta experiência acumulada. Eles têm conhecimentos valiosos sobre a história e o funcionamento da empresa, além de terem vivenciado mudanças significativas no ambiente de negócios ao longo de suas carreiras. Esse conhecimento pode ser transmitido para as gerações mais jovens e ajudar a orientar as decisões estratégicas;
- geração Baby Boomers — podem ocupar cargos de liderança, como diretores executivos, gerentes ou supervisores. Sua experiência e conhecimento são valiosos para a tomada de decisões estratégicas e o estabelecimento de direções organizacionais;
- geração X — podem assumir cargos de gerência intermediária ou de nível sênior. Sua experiência, habilidades de liderança e capacidade de adaptação podem ser aproveitadas para implementar mudanças organizacionais e liderar equipes;
- geração Y — desempenham papéis em áreas como marketing digital, mídias sociais, desenvolvimento de produtos e inovação. Sua familiaridade com a tecnologia e sua criatividade podem contribuir para impulsionar a transformação digital e o desenvolvimento de novas soluções;
- geração Z — contribuem em áreas como desenvolvimento de aplicativos, análise de dados, mídias sociais e marketing digital. Sua habilidade natural com a tecnologia, pensamento inovador e capacidade de adaptação rápida podem ser úteis em projetos relacionados à inovação e tecnologia;
- geração Alpha — capacidade de aprender rapidamente e de forma autodidata, aproveitando recursos online, cursos e tutoriais. Essa busca pelo conhecimento pode resultar em uma mentalidade de aprendizado contínuo — algo valorizado nas empresas que buscam inovação e adaptação às mudanças.
Quais são os desafios relacionados à convivência das gerações?
Existem alguns desafios comuns que as empresas enfrentam ao gerenciar colaboradores de diferentes gerações. Por exemplo, existe a possibilidade de surgirem estereótipos e preconceitos entre as gerações, como rotular os mais jovens como "inexperientes" ou os mais velhos como "resistentes à mudança".
Esses estereótipos podem prejudicar a colaboração e o trabalho em equipe, minando a confiança e a cooperação entre as gerações. Uma das estratégias para eliminar os estereótipos é promover projetos e atividades que reúnam profissionais de diferentes gerações, estimulando a troca de ideias, a colaboração e o aprendizado mútuo.
Além disso, é necessário oferecer treinamentos e workshops que abordem as diferenças geracionais, os estereótipos e os desafios relacionados, fornecendo ferramentas para uma melhor convivência e colaboração.
Outra dificuldade é derrubar as barreiras na transferência de conhecimento. Com a aposentadoria dos trabalhadores mais experientes, há o desafio de transferir seus conhecimentos e experiências para as gerações mais jovens.
Se não forem implementadas estratégias adequadas de compartilhamento de conhecimento, a perda de conhecimento e experiência pode afetar negativamente a organização. Uma ação importante para vencer esse desafio é estabelecer programas de mentoria nos quais as gerações mais antigas possam aprender com as gerações mais jovens e vice-versa, aproveitando o conhecimento e as habilidades únicas de cada grupo.
Por que é importante que a empresa saiba lidar com os conflitos?
É importante que as empresas saibam lidar com os conflitos de gerações por várias razões. Uma delas é a retenção de talentos. Vale lembrar que cada geração traz habilidades, conhecimentos e perspectivas únicas para o ambiente de trabalho.
Ao lidar adequadamente com os conflitos de gerações, a empresa pode criar um ambiente inclusivo, onde cada geração se sinta valorizada e respeitada. Isso contribui para a retenção de talentos, permitindo que a empresa aproveite o potencial e o conhecimento de todas as gerações presentes.
Podemos apontar ainda outro motivo para as empresas gerenciarem os conflitos: a promoção de um ambiente colaborativo e com espírito de equipe. A diversidade geracional pode enriquecer a colaboração e o trabalho em equipe, trazendo diferentes pontos de vista, experiências e habilidades para os projetos e desafios da empresa.
No entanto, conflitos não resolvidos entre as gerações podem prejudicar a colaboração, a comunicação e a confiança entre os membros da equipe. Ao lidar com os conflitos de gerações, a empresa pode promover um ambiente de trabalho harmonioso e colaborativo, onde as diferentes gerações podem trabalhar juntas de maneira eficaz.
Quais são as consequências de não tratar dos conflitos?
A não tratativa dos conflitos de gerações pode acarretar várias consequências negativas para a empresa. A seguir, apontamos alguns possíveis resultados negativos.
Baixa produtividade
Os conflitos não resolvidos entre as gerações podem impactar negativamente a produtividade da equipe. A falta de comunicação efetiva, o atrito e a falta de cooperação entre as gerações podem levar a um ambiente de trabalho disfuncional, resultando em um desempenho abaixo do potencial.
Clima organizacional negativo
A presença contínua de conflitos não resolvidos entre as gerações pode criar um clima organizacional negativo e desmotivador. Isso pode afetar a moral dos funcionários, gerar tensão e criar uma atmosfera de hostilidade no ambiente de trabalho. Um clima organizacional negativo pode levar a um aumento do estresse, do absenteísmo e da rotatividade de funcionários.
Falta de inovação e adaptação
As gerações trazem perspectivas diferentes e habilidades únicas para o local de trabalho. A falta de resolução dos conflitos de gerações pode impedir a colaboração e a troca de ideias entre as diferentes gerações. Isso pode resultar em uma falta de inovação e adaptação, pois as empresas deixam de aproveitar o potencial criativo e o conhecimento diversificado de suas equipes.
Falta de aprendizado e desenvolvimento
A não resolução dos conflitos de gerações pode impedir a transferência de conhecimento e a aprendizagem mútua entre as gerações. As gerações mais jovens podem perder a oportunidade de aprender com a experiência dos mais velhos.
Enquanto as gerações mais antigas podem perder a chance de se beneficiar das perspectivas e habilidades únicas das gerações mais jovens. Isso pode resultar em uma lacuna de conhecimento e desenvolvimento dentro da organização.
Que mentalidade pode auxiliar na mudança de postura das gerações em relação aos conflitos?
Dentre os mindsets mais importantes para uma transformação na maneira com as gerações lidam com os conflitos, podemos destacar:
Empatia e compreensão
Desenvolver empatia e compreensão é essencial para lidar com os conflitos de gerações. Isso envolve se colocar no lugar do outro, tentar entender suas motivações, valores e experiências. Ao adotar uma mentalidade de empatia, as pessoas são mais propensas a buscar pontos de convergência, superar estereótipos e trabalhar juntas para encontrar soluções que beneficiem a todos.
Resolução de problemas
Abordar os conflitos de gerações com uma mentalidade de resolução de problemas implica focar nas soluções em vez de se concentrar apenas nos problemas. Isso envolve identificar os interesses comuns, explorar diferentes alternativas e buscar soluções que atendam às necessidades de todas as gerações envolvidas.
Ao adotar essa mentalidade, as gerações podem trabalhar juntas de forma construtiva para resolver os conflitos e alcançar resultados positivos.
Quais são as causas mais comuns em relação ao conflito de gerações no ambiente de trabalho?
Acompanhe a seguir as principais causas do conflito existente entre as gerações no ambiente de trabalho.
Modo de aprender
Uma das causas que causam conflitos entre as gerações certamente é o modo pelo qual cada uma assimila as informações que lhe são passadas.
Enquanto algumas pessoas aprendem de modo linear, outras se dão melhor com aprendizados sob demanda.
Existem ainda o modo de resposta a determinado tipo de treinamento, como aqueles mais longos. A geração Y, por exemplo, costuma não se dar tão bem com esse método de ensino.
Por fim, surge o desafio de lidar com todas essas pessoas em um mesmo ambiente quando o assunto é aprender. Até mesmo a quantidade de questionamentos pode atrapalhar.
Enquanto para algumas gerações é normal perguntar o quanto achar necessário, isso pode incomodar outras pessoas, causando conflitos naturais.
Modelo de trabalho
Outro ponto de grande importância da diferença entre as gerações é a adesão aos modelos de trabalho, considerando que cada um enxerga de forma diferente.
As gerações mais antigas costumam ver a obediência ao cumprimento de horários como algo básico e indiscutível. O mesmo não acontece com as gerações mais atuais.
Essas últimas vêm sem a necessidade do estabelecimento de cargas de trabalho previamente definidas por um cronograma de horas. Ou seja, chegar em um determinado local às 08:00 e ficar até as 18:00 não faz muito sentido.
Isso remete a outro ponto: onde a tarefa é realizada. Para os antigos, logicamente que é dentro da empresa. Mas não é assim para os mais novos.
Com a incorporação cada vez maior dos meios tecnológicos no trabalho, o ofício pode ser realizado praticamente de qualquer lugar.
Sendo assim, a obrigatoriedade de hora e local não é tão representativa para os mais novos e, para falar a verdade, vale sim uma reflexão.
Alguém que cumpre rigidamente os horários é necessariamente mais produtivo do que quem não o faz (dentro de certo horário)? O trabalho só vale se for feito nas dependências da organização?
Comunicação
Existe também o fator comunicação em todo o conflito existente entre as gerações. E não é para menos, afinal de contas esses meios sofreram grandes mudanças nas últimas décadas.
Os mais antigos estão acostumados com reuniões e interações presenciais, onde o "cara a cara" tem a preferência.
Já as gerações mais novas se comunicavam em demasia pelos meios eletrônicos. E geralmente isso acontece de forma rápida e sucinta.
Isso pode gerar mal-entendidos entre as partes: os mais novos podem se sentir rejeitados ao não receber respostas rápidas ou que durem alguns dias para chegar.
Já a geração antiga pode se sentir excluída em não participar de círculos mais fechados, como grupos de WhatsApp, por exemplo.
Dessa forma, esse certamente é um dos maiores desafios a ser vencido dentro das organizações, pois a comunicação desempenha papel fundamental em operações bem-sucedidas e de alto desempenho.
Quais são os principais desafios da gestão ao lidar com o conflito de gerações no mercado de trabalho?
Nesse cenário, a gestão da empresa, em parceria com o setor de Recursos Humanos, tem o desafio de compreender as necessidades de cada grupo de gerações com o objetivo de evitar conflitos entre eles, elevar a produtividade e ainda reter talentos.
Isso porque cada geração tem maneiras muito diferentes de enxergar os desafios diários. Por isso, a gestão precisa desenvolver o planejamento de carreira e os benefícios pensando em atender demandas não homogêneas.
Enquanto alguns valorizarão um plano de previdência privada, outros podem preferir jornada flexível. O desafio é atender todas as expectativas, levando em consideração que a política de benefícios deve ser igual para todos os colaboradores e que toda organização precisa reter talentos, sendo eles de diferentes períodos ou não.
O que vem por aí: Geração Z
A tecnologia tem moldado a comunicação para um comportamento instantâneo. Isso fez com que as conversas face a face fossem perdendo espaço, e as gerações a partir dos Millennials estão se comunicando cada vez mais virtualmente, o que acaba acarretando o isolamento das relações interpessoais.
No entanto, essa nova geração, por sua facilidade com a tecnologia, é capaz de trabalhar remotamente, têm facilidade em trabalhar sozinhas e têm muita autonomia no seu dia a dia.
Eles também se envolvem rapidamente com o trabalho, o que confere a eles um alto grau de adaptação e entregas mais rápidas.
Assim que são contratados, a exemplo de seus antecessores, eles esperam fazer algo importante. Essa vontade por se envolver com o trabalho de forma rápida é uma qualidade muito valorizada nas organizações atuais.
Como engajar as novas gerações no mercado de trabalho?
A nova geração de trabalhadores tem expectativas com relação às empresas que desejam trabalhar e, por isso, são mais exigentes ao escolher uma organização, se comparados às gerações anteriores.
Eles são leais, comprometidos e gostam de desafios. Para engajá-los, é preciso promover boas oportunidades dentro da companhia, que pode envolver, por exemplo, um agressivo plano de cargos e salários.
Além disso, é importante pensar em uma política efetiva de diversidade e inclusão, oferecer a eles um propósito coerente e significativo, e também investir em suas capacitações. Isso porque, eles valorizam oportunidades de aprendizado, inclusive internacionais.
Não são apegados a regras. Assim, oferecer opções de horários flexíveis de trabalho é fundamental.
São profissionais que gostam de se sentir valorizados, e também capazes de abrir mão de benefícios, se perceberem que o trabalho deles faz diferença para outras pessoas.
Nesse sentido, apostar em uma boa comunicação, políticas de feedback e oportunidade de crescimento é fundamental para engajar e motivar esses profissionais.
Quais conflitos podem ocorrer em uma empresa com várias gerações trabalhando juntas?
Certamente, as diferenças entre as gerações podem causar mal-entendidos. Isso porque elas divergem nas formas de pensar, têm realidades distintas e até mesmo condições físicas e psíquicas em níveis diferentes.
Nesse contexto, mal-entendidos podem gerar conflitos importantes, que talvez comprometam toda uma estrutura organizacional, colocando em risco a missão da empresa.
Portanto, as divergências e diferenças entre as gerações no mercado de trabalho devem receber a devida atenção. Mas cuidado para não generalizar!
Entenda que somos todos seres humanos, com dores, dificuldades, talentos e alegrias. Apesar de termos nascido em tempos distintos e de nossas experiências serem diferentes, todos temos a tendência de desejar coisas muito semelhantes, como confiança, respeito e propósito.
Isso nos faz refletir que, em certas ocasiões, nos concentramos tanto em nossas diferenças que acabamos por ignorar o quanto temos em comum.
Assim, para lidar com conflito de gerações no ambiente de trabalho, é preciso criar empatia entre elas e trabalhar tanto as competências técnicas quanto comportamentais dos profissionais.
Em relação às competências técnicas, é preciso ficar atento para nivelá-las por meio de treinamento, se preciso for. Em geral, Baby Boomers têm maior dificuldade com a tecnologia, em oposição à extrema facilidade dos profissionais Y e Z nessa questão.
Já em relação a comportamentos, a estabilidade emocional é o ponto forte da Geração X, em contraponto à impulsividade multidisciplinar dos Y, que têm personalidade individualista e relacionada a seus próprios valores pessoais, além de serem altamente conectados.
O que a empresa deve fazer?
Quando o assunto é lidar com o conflito de gerações no ambiente de trabalho, a questão principal deve ser criar um canal aberto de diálogo para toda a equipe.
Na maioria das vezes, a nova geração não vai se contentar em seguir as regras e tenderá a questionar e propor soluções próprias. Portanto, a empresa deve favorecer o diálogo, criando um ambiente propício para essa troca de ideias, ao mesmo tempo em que consegue racionalizá-las em um projeto prático.
As novas gerações (Y e Z) têm a oportunidade de alterar a história de uma organização, amparada também pelos Veteranos, Baby Boomers e Geração X. Esse é um momento inédito para o mundo corporativo, e as empresas que souberem aproveitar o potencial de cada uma sairão na frente e conquistarão importantes diferenciais competitivos.
Quer saber como tirar o melhor de cada geração de trabalhadores? Então confira estas dicas!
Supere os estereótipos
Não raro, os profissionais de diferentes gerações têm dificuldade de trabalhar juntos devido a noções preconcebidas sobre como os outros se comportam.
A Geração Y pode perceber que os Baby Boomers são um verdadeiro fracasso quando o assunto é tecnologia e argumentar que eles têm uma mente pouco aberta ao novo.
Enquanto isso, os Baby Boomers podem dizer que os Millennials são imaturos e não têm compromisso com o trabalho.
Nesse cenário, cabe à gestão das empresas e às lideranças das áreas evitar ao máximo os estereótipos e estabelecer uma comunicação humana e solidária entre os funcionários, incentivando a convivência sadia.
Esclareça quais são as expectativas de trabalho
Como vimos, cada geração de trabalhadores tem uma perspectiva de sucesso diferente da outra.
Para alguns, uma atividade entregue antes do prazo é o suficiente para classificar o profissional como competente. Para outros, cumprir os horários e se manter assíduo com as atividades de trabalho é o diferencial. Temos, ainda, aqueles profissionais que não se importam em levar o trabalho para casa, desde que façam com prazer.
Essas divergências de pensamentos em relação ao trabalho podem interferir muito no relacionamento. Para que todos estejam alinhados com os objetivos da organização, é importante expor de forma clara e objetiva quais são as expectativas da empresa em relação a seus colaboradores. Isso torna mais fácil o equilíbrio do trabalho e também da convivência entre os colaboradores.
Confira também: Etarismo. Você sabe o que é?
Estimule a comunicação no ambiente de trabalho
Passar grande parte do dia em um ambiente em que as pessoas ignoram umas às outras — e, por isso, não se conhecem — interfere diretamente no clima organizacional e também desfavorece a produtividade da equipe, contribuindo para o surgimento de conflitos.
Assim, é importante estimular a criação de relacionamentos entre os colaboradores, em especial entre aqueles de diferentes gerações. Isso colabora para que os funcionários tenham uma maior sensibilidade e empatia em relação ao outro, o que favorece a compreensão das diferenças existentes entre esses profissionais.
Crie oportunidades para uma boa convivência
Você pode incentivar a convivência entre os colaboradores por meio de treinamentos coletivos, workshops e até mesmo ao modificar o layout da empresa para que as pessoas fiquem mais próximas.
Além disso, happy hours são momentos importantes de descontração e favorecem a criação de laços também no ambiente de trabalho.
Fique atento às mudanças de processos
Quando o momento for de implantação de novos projetos, evite fazer declarações gerais, comparar desempenhos e presumir que todos processam as informações da mesma forma. É importante alinhar as informações, explicando para todos o processo desde o início.
Tenha cuidado ao atribuir tarefas
Antes de atribuir tarefas, pense em como essas atividades serão recebidas por cada geração de trabalhadores. Para isso, reserve um tempo para revisar suas instruções e:
- certifique-se de que as orientações sejam claras e específicas;
- relacione um prazo por data e hora;
- tenha certeza de que todos entenderam a sua função no processo.
Esses cuidados podem exigir um esforço extra da sua gestão, mas, quando as orientações e expectativas forem transmitidas de forma clara, o time terá condições de trabalhar em conjunto e com mais eficiência, sem que a idade seja um fator limitador ou de vantagem para alguns.
Esteja ciente dos obstáculos baseados em geração
O mundo está em constante evolução, e os recursos tecnológicos são os grandes responsáveis por boa parte dessas transformações. Assim, pode ser um problema para os colaboradores que estão no cargo há muito tempo acompanhar as novidades do mercado.
Por exemplo, um funcionário que está na mesma posição há 20 anos tende a demorar mais para adotar uma nova tecnologia, se comparado a um profissional mais jovem. Um mais jovem pode ser resistente ao mais antigo por não entender as questões dele com o computador.
Garantir que todos estejam alinhados com os desenvolvimentos mais recentes é uma ótima alternativa para eliminar a confusão e evitar o conflito de gerações no ambiente de trabalho por causa das diferenças de idade.
Encontre um terreno comum
Quando a gestão estabelece um fator ou meta comum, ou seja, que vale para todos os colaboradores, é mais provável que eles se unam para alcançá-la.
Isso acontece independentemente de quão diferentes são seus pontos fortes ou seu tipo de personalidade. O trabalho passa a ser a força motivadora. Pense no seguinte:
- a tarefa diz respeito a um valor comum importante para todos os seus funcionários, como realização pessoal, família ou comunicação?
- Este projeto beneficiará a sociedade como um todo? Por exemplo, a missão é implementar um novo processo para reduzir o risco ambiental em uma região?
- O projeto ajudará pessoas de todas as faixas etárias?
Apontar os benefícios evitará quaisquer sentimentos internos de favoritismo. Portanto, saiba envolver as pessoas em propósitos, e elas trabalharão mais e melhor!
Quais são os pontos positivos de todo esse conflito?
Curiosamente, os conflitos gerados no ambiente de trabalho também têm seu lado positivo.
Um deles é fazer com que os processos organizacionais sejam aprimorados. Isso acontece principalmente porque diferentes visões sobre um mesmo problema acabam sendo trabalhadas.
Como resultado, novas soluções surgem e o modo de trabalho ganha novo corpo.
Além disso, a promoção de trocas de aprendizados entre as gerações contribui para o progresso de todos. Quando os conflitos são sanados de forma salutar, a tendência é que haja contribuição entre os times.
No final das contas, novas soluções organizacionais surgem e uma reinvenção do modo de atuar da empresa acaba se estabelecendo, trazendo consigo a inovação.
Como obter o melhor de cada geração no trabalho?
Com uma diversidade tão grande de gerações no mercado de trabalho, é fundamental que a organização esteja atenta ao perfil de cada uma delas ao abrir uma vaga, para garantir um recrutamento de sucesso.
Isso porque todas têm competências diferentes que podem contribuir para os resultados da empresa. Assim, é importante que as diferenças entre elas sejam respeitadas e que a organização ofereça as condições necessárias para que haja igualdade de tratamento.
O desafio com a Geração Y
O grande desafio dos gestores hoje é tirar o melhor dos profissionais da Geração Y, pois eles são vistos como profissionais sem comprometimento, já que demonstram em sua personalidade uma preocupação maior com seu crescimento individual do que com o crescimento da empresa.
No entanto, é possível extrair grandes resultados desses profissionais quando eles são motivados. Quando isso acontece, eles elevam seu nível de comprometimento e realmente conseguem contribuir para o crescimento da organização.
Além disso, quando bem orientados, também são capazes de trabalhar com profissionais das gerações anteriores, que têm valores distintos e são mais experientes.
Dos Veteranos, Baby Boomers e X, a empresa pode esperar muita resiliência e força de vontade. Para isso, invista em treinamentos constantes e também no diálogo.
Todos são capazes de trabalhar juntos, pois, ainda que alguém pertença a uma geração diferente, todos têm competências que podem ser utilizadas a favor da empresa.
O estímulo certo
Portanto, se as pessoas forem estimuladas, elas tendem a responder com eficiência. Para isso, a organização deve estar preparada e ter um plano de treinamento e integração para esses funcionários, além de contar com um líder inclusivo.
Assim, para garantir uma gestão de alta performance, identifique quais gerações estão sob sua gestão e quais são os conflitos mais recorrentes e estude as necessidades desses profissionais, para poder colaborar cada vez mais com o crescimento deles.
Uma boa dica é jogar com os pontos fortes dos profissionais. Ao fazer a atribuição de projetos, tenha certeza de que todos possam fazer algo em que sejam bons.
Por exemplo, se o projeto for elevar as vendas de determinado produto, você pode contar com a experiência de mercado dos Baby Boomers e aliar o fascínio por desafios dos Y para criar uma campanha de vendas matadora!
Os Baby Boomers podem fornecer dados sobre os históricos e hábitos dos clientes na empresa, enquanto a geração do milênio pode ajudar com uma divulgação massiva nas redes sociais.
Assim, à medida que o trabalho flui, ficará mais fácil gerenciar as diferentes maturidades no ambiente de trabalho.
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Afinal, o que seria ser "cringe"?
Talvez um dos melhores expoentes recentes do conflito de gerações tenha ocorrido quando surgiu o termo cringe. Ele serve para designar algo fora de moda, ou em português mais prático, algo brega.
O termo surgiu no cenário do conflito de gerações justamente porque os mais novos passaram a rotular os costumes e modos de falar dos mais antigos como sendo cringe.
Ora, sequer se sabia o que isso significava, quanto mais a razão de sua aplicação.
Assim, a gíria ganhou dupla conotação: ao mesmo tempo que foi criada pelos mais novos para designar atitudes antigas, foi aplicada justamente às gerações passadas.
Até que não deixou de ser algo bem inteligente, convenhamos. No entanto, isso é algo que deve ser combatido, pois nenhum ambiente cheio de conflitos consegue prosperar por muito tempo.
Cada geração tem suas próprias regras. Isso é um fato. No entanto, são pessoas e, como vimos, têm as mesmas necessidades que todos. Elas estão apenas em estágios distintos da vida, e isso muitas vezes pode representar um desafio real para a gestão.
No entanto, é possível apostar em uma boa comunicação e também ajustar diretrizes para que todos possam caminhar juntos rumo aos objetivos da empresa e garantir uma entrega coletiva satisfatória.
Quando você consegue gerar um ambiente em que a comunicação é constante e criar propósito para o trabalho das pessoas, evitar o conflito de gerações no ambiente de trabalho se torna uma tarefa mais fácil.
Além disso, contribui para o desenvolvimento pessoal e profissional de todos os profissionais envolvidos, e, ao final de tudo, quem ganha é a corporação como um todo, refletindo no desenvolvimento de cada membro envolvido.
Confira pesquisa inédita sobre Etarismo e Inclusão da Diversidade Geracional nas Organizações. Estudo feito em parceria entre a Robert Half e a Labora.