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No setor de Tecnologia da Informação (TI), a disparidade de gênero ainda é um desafio significativo. Atualmente, de cada dez profissionais de TI, oito são homens e apenas dois são mulheres. Muitas empresas e indivíduos estão empenhados em promover a equidade de gênero nesse campo, reconhecendo a importância de uma maior diversidade.

Como combater o déficit de mulheres no mercado de tecnologia?

A busca por soluções para essa disparidade muitas vezes se concentra em iniciativas na base, como o incentivo a meninas e jovens mulheres a ingressarem em cursos de tecnologia. “O problema é ter que esperar tanto tempo. Por isso, é importante ter profissionais que levantam essa questão”, explica Maria Sartori, diretora associada da Robert Half. Ela destaca a importância de figuras de liderança que possam trazer essa discussão para o centro das atenções e implementar políticas inclusivas.

Uma dessas líderes é Ana Paula Corazzini, Diretora de Tecnologia da Elgin, uma empresa brasileira com 72 anos de história. A Elgin se orgulha de estar presente na vida dos brasileiros com uma gama diversificada de produtos, desde máquinas de costura até projetos de energia solar, refrigeração e automação comercial. “O mundo tem que viver de complementariedade. Por exemplo, a mulher tende a ser mais detalhista e o homem, a ser mais objetivo. E um complementa o outro”, opina Ana Paula.

Quando ingressou na Elgin, Ana Paula participou de um processo seletivo estruturado para promover a equidade de gênero, onde a fase final incluía necessariamente cinco homens e cinco mulheres. “Essa é justamente a sugestão que nós, da Robert Half, damos às empresas que buscam aumentar a quantidade de mulheres em tecnologia”, reforça Maria. Essas políticas de recrutamento têm mostrado resultados positivos, mas a equidade no setor de TI exige esforços contínuos e multifacetados.

O trabalho deve ser feito na base, não para remediar a situação

Além de processos seletivos mais inclusivos, é crucial trabalhar na base para atrair, reter e promover mulheres na tecnologia. As líderes mulheres, como Ana Paula, desempenham um papel vital ao encorajar jovens mulheres. Ana Paula participa ativamente de eventos e associações, como a Mulheres CIO, onde é voluntária. “Fazemos treinamento e mentoria para as mulheres de qualquer idade que queiram mudar para a carreira de tecnologia”, detalha ela.

Essas associações formam redes de apoio que são essenciais para a integração e permanência das mulheres no setor de TI. Historicamente, TI é uma área dominada por homens, assim como existem áreas predominantemente femininas. No Brasil, por exemplo, a proporção de arquitetos homens em relação a arquitetas mulheres revela uma predominância feminina na profissão. Dados do II Censo dos Arquitetos e Urbanistas do Brasil indicam que 64,55% dos profissionais registrados são mulheres, enquanto 35,45% são homens.

Ana Paula comenta sobre os desafios enfrentados pelas mulheres em TI: “Para a mulher, é desafiador trabalhar em tecnologia porque são muitas horas de trabalho. Isso talvez dificulte a entrada delas na profissão, especialmente em atividades 24 por 7”. A demanda por longas horas e a necessidade de estar disponível constantemente podem ser barreiras significativas para mulheres que equilibram múltiplas responsabilidades.

A experiência de Ana Paula e suas iniciativas destacam a importância de criar ambientes de trabalho que sejam não apenas inclusivos, mas também sustentáveis para mulheres. Incentivar a entrada de mulheres no setor de TI desde cedo, oferecendo suporte e mentoria, é crucial para mudar o cenário atual. Iniciativas como a da Elgin, que garantem equidade de gênero nos processos seletivos, e programas de mentoria como o Mulheres CIO, são passos importantes na direção certa.

Ainda há muito a ser feito para alcançar a verdadeira equidade de gênero em TI, mas o progresso está sendo feito. Com líderes como Ana Paula e Maria à frente dessas iniciativas, há esperança de que a próxima geração de mulheres em tecnologia encontrará um ambiente mais acolhedor e igualitário. A equidade de gênero não é apenas uma questão de justiça, mas também de complementariedade e eficácia nas soluções de negócios. A diversidade de perspectivas enriquece o ambiente de trabalho e pode levar a inovações significativas.

Assim, ao refletir sobre a situação atual, é evidente que promover a equidade de gênero em TI requer esforços contínuos e colaborativos. Encorajar mais mulheres a ingressarem e permanecerem na tecnologia é essencial para criar um futuro mais inclusivo e inovador. As ações de hoje determinarão a paisagem do amanhã, e com líderes dedicados, há um caminho claro para um setor de TI mais equilibrado e diversificado.

Ouça o episódio na íntegra.

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