Por Fernando Mantovani

O Dia dos Namorados chegou - e você deve estar se perguntando: mas o que isso tem a ver com o mundo do trabalho? Uma expressão que se popularizou bastante na última década, devido aos aplicativos de relacionamento, é o match, quando duas pessoas identificam algo em comum e resolvem se conhecer. 

O ato de contratar representa mais do que preencher uma cadeira, assim como ter um emprego é mais do que conseguir aprovação em uma entrevista. Para que a parceria entre colaborador e empregador evolua além dos três meses de experiência e de maneira sustentável, é preciso que haja um match perfeito. Na prática, o que se busca é o encontro entre candidato e empresa em uma relação profissional que faça sentido para ambos.

Match perfeito, aliás, é o nome da pesquisa que a Robert Half promoveu em parceria com o Centro de Liderança da Fundação Dom Cabral. O objetivo do estudo foi mapear alguns anseios dos profissionais empregados e desempregados em relação ao mercado de trabalho e as preferências dos recrutadores ao analisar potenciais candidatos. Desse material, eu gostaria de destacar quatro pontos para reflexão:

Guia Salarial da Robert Half: No guia você encontra a mais completa pesquisa salarial e um estudo sobre tendências de contratação no mercado brasileiro.

Fit cultural é um fator cada vez mais valorizado pelas organizações

A afinidade do candidato com os valores e os propósitos da empresa, o famoso fit cultural, tem sido um fator cada vez mais observado pelos empregadores na hora da contratação, principalmente em organizações de grande porte. Acredito que quando o profissional se identifica com o local em que trabalha maiores são as chances de ele entregar à companhia mais do que o seu tempo. Ele tende a se colocar também a favor dos melhores resultados e de um clima organizacional mais amigável.

O mapeamento ou a definição da cultura organizacional de uma companhia pode começar com questionamentos simples que envolvam a abertura da empresa a ideias e inovação, métricas para mensurar um bom trabalho e seriedade quanto ao cumprimento de processos. Além, é claro, da prática de ações em prol do aprendizado, da diversidade, da igualdade de gênero e do conceito ESG.

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A experiência segue chamando a atenção dos empregadores em geral

Mais de 80% dos 714 líderes entrevistados destacaram a experiência prévia como o principal fator de decisão na hora de contratar, à frente do fit cultural (62%), da formação acadêmica (36%) e da indicação do candidato por pessoas relevantes (31%). Nesse ponto, porém, acho importante ressaltar que a experiência que brilha os olhos do recrutador refere-se ao cumprimento de ciclos, ou seja, com fatos e dados que comprovem que o profissional tem se empenhado em contribuir de maneira significativa com as empresas por onde passa e os projetos que decide abraçar. Claro, sem nunca deixar de lado que o perfil técnico é tão importante quanto o comportamento.

Em empresas de pequeno e médio porte, a indicação ainda pesa

Em um recorte da pesquisa, é possível observar que, em empresas de pequeno e médio porte, a indicação de profissionais é o principal fator considerado pelos líderes na contratação de um colaborador. Essa prática frequentemente criticada muitas vezes é impulsionada pelo valor que nós brasileiros temos de ajudar o outro. Algumas organizações até estimulam que seus colaboradores indiquem pessoas conhecidas para vagas internas.

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Particularmente, não vejo a indicação como um problema, mas desde que o profissional indicado seja incluído no processo seletivo juntamente com outros profissionais que vão concorrer à vaga, sem privilégios. Para cargos estratégicos, essa precaução faz ainda mais sentido, pelo bem da empresa, do negócio, do candidato e de quem fez a indicação.

Na contratação, profissionais empregados e desempregados têm prioridades distintas

A pesquisa da Robert Half em parceria com a Fundação Dom Cabral mapeou, ainda, que os profissionais empregados avaliam uma proposta de emprego prioritariamente interessados na remuneração (68% dos 351 entrevistados) e no desafio proposto (41%). Já aqueles que estão desempregados vão aos processos seletivos mais interessados em entender a aderência ao cargo com base na experiência que possuem (52% dos 349 entrevistados) e a própria afinidade com a cultura da empresa (50%).

Seja qual for o momento profissional do candidato, sempre recomendo que os passos sejam dados com base em um planejamento de carreira para diminuir as chances de erros ou arrependimentos. Aos líderes, minha recomendação é que entendam a contratação como parte da estratégia do negócio, investindo tempo e recursos financeiros para contratar com eficiência e chegar na melhor decisão. A ambos sugiro que busquem no trabalho não apenas renda, mas também realização.

Match Perfeito

Robert Half Talks: Match Perfeito

Seja qual for o momento profissional do candidato, sempre recomendo que os passos sejam dados com base em um planejamento de carreira para diminuir as chances de erros ou arrependimentos. Aos líderes, minha recomendação é que entendam a contratação como parte da estratégia do negócio, investindo tempo e recursos financeiros para contratar com eficiência e chegar na melhor decisão. A ambos sugiro que busquem no trabalho não apenas renda, mas também realização.

E por falar em Match Perfeito, você já escutou o episódio do Robert Half Talks, o nosso podcast, que leva esse nome?

Neste episódio, o apresentador Cássio Politi entrevistou três especialistas da Robert Half para discutir o trabalho de prospecção de profissionais. Mariana Santos, gerente de Talent Acquisition na América do Sul, Caio Rodrigues, headhunter de Engenharia e Tecnologia, e Müller Gomes, headhunter de Finanças, destacaram a diferença entre um headhunter e um recrutador.

O mercado de trabalho está passando por mudanças rápidas e imprevisíveis, resultando em escassez de profissionais qualificados e levando as empresas a buscar talentos experientes de forma cada vez mais intensa. No entanto, em momentos de crise, como ocorreu recentemente com o fechamento de portos na China, as empresas precisam congelar temporariamente as contratações para controlar custos e evitar demissões imediatas.

Essa situação de falta de vagas em determinadas áreas e excesso em outras cria uma desordem no mercado de trabalho e gera confusão tanto para as empresas quanto para os profissionais. Nesse contexto, a atuação dos headhunters se torna essencial.

Os headhunters são os profissionais mais capacitados para observar o cenário, entender as necessidades reais das empresas e encontrar os profissionais mais adequados para preencher cada vaga. É uma relação na qual todos saem ganhando.

Segundo Caio, os headhunters “estão envolvidos na venda de soluções tanto para o cliente, que receberá as pessoas como resultado desse trabalho, quanto para o candidato, que precisa comprar um sonho na forma de uma vaga”. Müller acrescenta que “além de vender e resolver problemas, os headhunters estão atentos às oportunidades que surgem nas conversas com clientes e candidatos, o que os torna mais capazes de encontrar perfis adequados para as vagas”.

Mariana destacou que a grande diferença entre o headhunter e o recrutador é o conhecimento de mercado que o headhunter adquire. Eles vão além das ferramentas disponíveis, como o LinkedIn, e possuem um conhecimento mais abrangente do mercado. O recrutador trabalha muito, mas não tem a visão comercial de ser um consultor de vendas para o cliente.

Se você quiser saber mais, ouça o episódio na íntegra.