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Criar e manter uma cultura organizacional em ambientes com alta rotatividade de funcionários, como no setor da saúde, representa um desafio significativo. A constante mudança de pessoal pode fragmentar a coesão e diluir a identidade corporativa, impactando diretamente a qualidade do atendimento, a produtividade e, consequentemente, os custos operacionais.
No entanto, empresas como a Dasa, a maior rede de saúde integrada do Brasil, demonstram que é possível construir e sustentar uma cultura forte mesmo nessas condições.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que a taxa média global de rotatividade de profissionais de saúde seja de aproximadamente 20%, alcançando até 40% em países desenvolvidos. No Brasil, um estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV) de 2022 revelou números ainda mais preocupantes, com taxas de turnover de 27% para médicos, 32% para enfermeiros e 40% para técnicos de enfermagem. Essas estatísticas sublinham a magnitude do desafio enfrentado pelas instituições de saúde brasileiras e globais.
Como construir uma cultura sólida
A Dasa, consciente dessa realidade, adotou uma abordagem proativa para preservar sua cultura organizacional. Segundo Romeu Domingues, médico com pós-graduação pela Universidade de Harvard, conselheiro do Conexa Saúde e da Dasa, a chave para o sucesso não está apenas no ensino de habilidades técnicas, mas na forma como os pacientes são tratados.
"Isso tudo vai criando uma cultura orientada a qualidade, inovação, eficiência, seriedade", explica ele. Essa filosofia é incorporada de tal maneira que, quando novas clínicas são inauguradas, profissionais experientes são designados para liderar essas unidades, garantindo a transmissão e perpetuação dos valores e práticas da empresa.
Romeu enfatiza a importância de estar em campo, mantendo contato direto com pacientes, enfermeiros e equipe corporativa, para compreender verdadeiramente as necessidades e promover uma cultura que priorize o bem-estar do paciente. Essa interação contínua ajuda a moldar uma cultura corporativa que, apesar da alta rotatividade, permanece coesa e alinhada aos objetivos da empresa.
A Dasa implementou várias estratégias para manter sua cultura forte. Uma delas é garantir que as lideranças regionais estejam próximas dos escritórios centrais, facilitando visitas recíprocas entre as unidades e os headquarters. Romeu destaca a importância de envolver executivos de alto nível nessas visitas, como CEO, CFO, CMO ou CIO, para que possam vivenciar a realidade das operações locais e entender melhor as necessidades específicas de cada região.
Os principais desafios da transformação digital
O setor de saúde no Brasil, apesar de representar 10% do PIB nacional, ainda enfrenta desafios em termos de avanço digital. Romeu aponta para a necessidade de modernização dos processos, como o agendamento de cirurgias, que muitas vezes ainda são realizados por meios obsoletos.
Ele cita exemplos de clínicas nos Estados Unidos que utilizam tecnologias avançadas, permitindo, por exemplo, a gravação de consultas e a interpretação automática por sistemas de inteligência artificial, como o Chat GPT, para auxiliar no diagnóstico e tratamento.
Essas inovações não apenas melhoram a eficiência operacional, mas também influenciam positivamente a cultura corporativa, fomentando um ambiente de contínua aprendizagem e adaptação.
Em suma, a construção de uma cultura forte em ambientes de alta rotatividade exige um compromisso contínuo com a qualidade do atendimento, a inovação e a eficiência. Através de liderança engajada, investimento em formação e desenvolvimento profissional, e a adoção de tecnologias avançadas, é possível superar os desafios impostos pela rotatividade e manter uma cultura corporativa que promova não apenas a excelência operacional, mas também o bem-estar dos pacientes e profissionais de saúde.
As experiências da Dasa oferecem um modelo valioso para outras instituições de saúde que enfrentam desafios semelhantes, destacando que, com estratégias adequadas, a cultura pode não apenas sobreviver, mas também prosperar em tempos de mudança.
Ouça abaixo o episódio na íntegra.
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